Close https://close.blogfolha.uol.com.br O mundo gay visto de perto Thu, 02 Aug 2018 20:15:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sem patrocínio, Brasil levará número recorde de atletas a ‘olimpíada LGBTQ’ https://close.blogfolha.uol.com.br/2018/08/02/sem-patrocinio-brasil-levara-numero-recorde-de-atletas-a-olimpiada-lgbtq/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2018/08/02/sem-patrocinio-brasil-levara-numero-recorde-de-atletas-a-olimpiada-lgbtq/#respond Thu, 02 Aug 2018 20:15:22 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/gaygames-320x213.jpg https://close.blogfolha.uol.com.br/?p=187 O Brasil terá um número recorde de atletas no Gay Games 2018, que acontecerá do próximo sábado (4) até 12 de agosto em Paris, na França. Mesmo sem patrocinadores, a Espírito Brasil, como foi intitulada a delegação nacional, terá entre 47 e 58 atletas de dez modalidades esportivas.

Não se sabe o número exato de participantes porque, até esta quinta-feira (2), segundo a organização da Paris 2018, oito mulheres do time de futebol feminino aguardavam a liberação de uma verba de patrocínio para bancar suas passagens de avião.

Foi uma alegada falta de dinheiro das empresas e uma espécie de desprezo pela comunidade LGBT por parte das entidades esportivas que a francesa Camille Espagne, representante do Paris 2018 no país, disse ter encontrado durante os dez meses à frente da organização da equipe brasileira.

“Muitas empresas prometeram patrocínio, mas no final não fizeram nada. Tínhamos apenas três bolsas para o Brasil e, infelizmente, não conseguimos levar pessoas a maioria das pessoas que não tinham como pagar os custos da viagem”, diz ela. O objetivo era levar 100 competidores.

Nossa realidade é bem diferente da enfrentada por outras delegações. Só a França, sede do torneio, tem o incentivo da rede de supermercados Franprix, da montadora Renault e do banco BNP Paribas.

Mesmo com o número de participantes abaixo do esperado, Espagne acredita que a delegação voltará com medalhas. Além dos tradicionais atletismo, corrida, maratona e natação, o Brasil participará dos torneios de futebol, esgrima, remo, ciclismo, tênis e vôlei.

Entre os participantes do atletismo estarão Jerry da Costa, recordista dos 5.000 metros na Marcha Atlética, e a primeira equipe canarinha de futebol a participar dos jogos, que começaram em São Francisco (EUA), em 1982.

Após meses de frustrações por conta da falta de dinheiro para montar uma equipe, o time BeesCats Soccer Boys, do Rio de Janeiro, participará com uma escalação de 13 jogadores de diferentes cidades brasileiras que se dispuseram a arcar com os próprios gastos. De última hora, a equipe conseguiu patrocínio da sauna paulistana 269 para cobrir uma parte dos custos.

Entre os competidores está Douglas Braga, 36, ex-jogador profissional e defensor da inclusão de homossexuais em um esporte “heteronormativo como é o futebol”.

“Acho [a participação no Gay Games] um momento histórico, porque seremos julgados pela competência e não mais por nossa sexualidade, como aconteceu com muitos de nós quando nos assumimos”, afirma Braga.

Para ele, a participação do Brasil é uma forma de as pessoas lembrarem qual é a essência do esporte, porque no caso deles não estão envolvidas “cifras, mas a paixão e a entrega que se perderam no país do futebol”. “Nossa participação é quase um ato político.”

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Rússia é Disney gay se comparada ao Qatar, sede da próxima Copa do Mundo https://close.blogfolha.uol.com.br/2018/06/27/russia-e-disney-gay-se-comparada-ao-qatar-sede-da-proxima-copa-do-mundo/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2018/06/27/russia-e-disney-gay-se-comparada-ao-qatar-sede-da-proxima-copa-do-mundo/#respond Wed, 27 Jun 2018 22:43:33 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/391d511c32fce17870f8651426b68b0df71534e8a6f392505444454c7bf5327f_5b22799b67ff8_preview-320x213.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=158 Mesmo com os esforços de uma parcela jovem da comunidade LGBT em busca de visibilidade no esporte, o futebol e seus dirigentes parecem não estar nem um pouco preocupados com o assunto.

A Rússia pode destilar a homofobia com uma propaganda anti-gay que limita o afeto aos guetos das capitais e abafa agressões físicas, mas se comparada ao Qatar, sede da Copa de 2022, o país é um oásis da expressão homoafetiva.

Até sete anos de prisão é o que espera um homem flagrado trocando carícias com outro. Se um deles for muçulmano, caso de 76% da população qatariana, a lei islâmica (sharia) prevê chibatadas ou pena de morte, embora o recurso não tenha sido aplicado nos últimos anos.

Se para o Mundial deste ano a recomendação do Itamaraty era para que casais gays evitassem manifestações de carinho em público, a do ex-presidente da Fifa, Joseph Blatter, foi um banho de água fria para o torcedor homossexual.

Após o anúncio da Copa 2022, ele recomendou, supostamente em tom de brincadeira, “abstenção” de qualquer atividade sexual.

Por sua vez, o ministro dos Esportes qatariano, Salah bin Ghanem bin Nasser al-Ali, disse à agência Associated Press que estudaria soluções “criativas” para o impasse cultural, mas que “respeitaria as regras do país” . O celibato, até segunda ordem, está mantido.

Assim como a maioria das nações da África subsaariana, os países que margeiam o golfo pérsico têm leis rígidas contra a homossexualidade. As diferenças entre um e outro país do Oriente Médio estão nas interpretações da lei e o quanto de vista grossa cada um faz para a prática de “sodomia”.

O Líbano, por exemplo, até 2012 submetia homossexuais a exames invasivos para comprovar a prática de sexo anal. Atualmente, a capital Beirute é a nova meca gay do mundo árabe e tem uma faixa de areia tão disputada por turistas homossexuais em busca de diversão quanto a de Tel Aviv, em Israel, cidade que o jornal americano “The Boston Globe” já considerou a “mais gay da terra”.

No Qatar as coisas são bem diferentes, e não são apenas casais que poderão enfrentar problemas com a legislação. Solteiros não terão à disposição boates como as das grandes cidades russas, onde mesmo sob tensão é possível desenvolver algum nível de afeto, sexual ou não.

De acordo com o Gays Cruising, site famoso por localizar, com ajuda de usuários, pontos de encontro LGBT em qualquer cidade do mundo, há apenas dois locais na capital Doha onde homens cruzam olhares, enquanto Moscou concentra dez endereços desse tipo.

Os estabelecimentos qatarianos, claro, não são direcionados ao público LGBT. Um deles seria uma das filiais do Caribou Coffee, curiosamente, localizado ao lado do estádio de futebol Jassim Bin Hamad, sede do time Al-Sadd Sports Club.

O site pontua que homens interessados em alguma intimidade devem colocar um lenço vermelho no bolso de trás da calça para serem reconhecidos. A recomendação de Blatter, nota-se, faz algum sentido. Mas, em vez de reprimir a si próprio, porque não abrir os olhos para o óbvio e aceitar que essa próxima Copa não merecerá um real do seu investimento?

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Manual ensina uso correto de termos vinculados à diversidade sexual https://close.blogfolha.uol.com.br/2018/05/23/manual-ensina-uso-correto-de-termos-vinculados-a-diversidade-sexual/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2018/05/23/manual-ensina-uso-correto-de-termos-vinculados-a-diversidade-sexual/#respond Wed, 23 May 2018 16:35:20 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/manualLGBT-320x213.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=145 Homossexualismo. O travesti. Opção sexual. Essas expressões podem parecer inofensivas, mas carregam décadas de desinformação que só colaboram para formular conclusões erradas sobre a sexualidade e cujo efeito imediato é a disseminação da homofobia.

As versões corretas das palavras são “homossexualidade”, porque o sufixo ismo é geralmente vinculado a doença e ideologia; “a” travesti, em vez do artigo no masculino, porque a identidade é feminina; e “orientação sexual”, pelo simples fato de uma pessoa não optar por sua sexualidade, porque ela é nata.

Essas e outras expressões estão no primeiro Manual de Comunicação LGBTI+, lançado na terça-feira (22), em São Paulo, pela Aliança Nacional LGBT em parceria com a GayLatino, uma rede de associações latino-americanas que lutam pelos direitos de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros.

Apoiado por diversas entidades ligadas à comunicação, inclusive a Federação Nacional dos Jornalistas, o guia tem como propósito desestimular nos textos e na fala o uso de termos corriqueiros que desrespeitam a dignidade humana e sugerir correções.

Editamos alguns verbetes que põem os pingos nos is desse extenso (e, é verdade, às vezes confuso) vocabulário da diversidade. Confira.

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Identidade, orientação e sexo

São três conceitos básicos para entender a diversidade. A identidade de gênero é a “forma como cada pessoa sente que ela é em relação ao gênero masculino e feminino, relembrando que nem todas as pessoas se enquadram, e nem desejam se enquadrar, na noção binária de homem/mulher, como no caso de pessoas agênero e ‘queer’, por exemplo”.

[…] Orientação é um conceito descolado da identidade, porque é a “inclinação involuntária de cada pessoa em sentir atração sexual, afetiva e emocional por indivíduos de gênero diferente, de mais de um gênero ou do mesmo gênero”. […] Por fim, “o sexo biológico é o que existe objetivamente, os órgãos, hormônios e cromossomos.”

 

“Queer”?

Um adjetivo utilizado por algumas pessoas, em especial mais jovens, cuja orientação sexual não é exclusivamente heterossexual. De modo geral, para as pessoas que se identificam como “queer”, os termos lésbica, gay, e bissexual são percebidos como rótulos que restringem a amplitude e a vivência da sexualidade. O termo ‘queer’ também é utilizado por alguns para descrever sua identidade e/ ou expressão de gênero. Quando a letra Q aparece ao final da sigla LGBTI+, geralmente significa queer e, às vezes, ‘questioning’ (questionamento de gêneros).”

 

Nem desvio, nem normalidade

“No Brasil, a homossexualidade não é considerada ‘desvio sexual’ desde 1985, pelo Conselho Federal de Medicina. É um termo ofensivo e que não deve ser usado por profissionais da comunicação, pois indica a homossexualidade como uma anomalia, algo fora de uma ideia de ‘normalidade’ heterossexual.”

[…] “Ao se tratar de sexualidade, não existe padrão de normalidade ou anormalidade. A manifestação sexual/afetiva é de caráter individual e íntimo dos indivíduos. Falar de ‘normalidade’ de uma identidade ou orientação sexual pressupõe que existe um ‘desvio da norma’ ou uma ‘anormalidade’. Portanto, é uma expressão que deve ser evitada ao referir-se aos segmentos LGBTI+, pois pode reforçar conceitos relacionados ao preconceito e discriminação.”

 

Ninguém muda de sexo

[…] “A readequação de sexo e gênero é muito mais ampla do que deixa entender o termo ‘mudança de sexo’, que pode reduzir a questão como apenas uma vontade de trocar de sexo. Antes das cirurgias, é realizada uma avaliação e acompanhamento ambulatorial com equipe multiprofissional, com assistência integral no processo de readequação de sexo e gênero (BRASIL, 2015b).”

 

Travesti não é o mesmo que transformista

Transformista é um “indivíduo que se veste com roupas do gênero oposto movido por questões artísticas (ABGLT, 2010).” […] “Uma drag queen não deixa de ser um tipo de ‘transformista’, pois o uso das roupas está ligado a questões artísticas – a diferença é que a produção necessariamente focaliza o humor, o exagero.”

Portanto, é importante separar a travesti desses dois contextos, porque ela “é a pessoa que nasceu com determinado sexo, ao qual foi atribuído culturalmente o gênero considerado correspondente pela sociedade, mas que passa a se identificar e construir nela mesma o gênero oposto”. […] “Atualmente, o termo travesti adquiriu um teor político de ressignificação de termo historicamente tido como pejorativo.”

 

Troque “casal homossexual” por “casal homoafetivo”

“Ao falar sobre homoafetividade ou casamento homoafetivo, o ideal é usar a expressão casal homoafetivo. A palavra homoafetiva é sinônimo de homossexual, mas ressalta a conotação emocional e afetiva envolvida na relação amorosa entre pessoas do mesmo sexo/gênero.”

 

“Cura gay” não existe!

O conceito é da idade média, mas como parece que não saímos dela, vale lembrar: “o Conselho Federal de Psicologia, por meio da Resolução 001/99, veda toda e qualquer tentativa de um psicólogo de ‘curar’ o paciente homo ou bissexual. Nesses casos, o profissional que infringir a resolução pode sofrer sanções, inclusive a perda do registro profissional. Também um psiquiatra ou médico pode ser denunciado ao Conselho Regional de Medicina, caso tente ‘tratar’ a homossexualidade.”

Leia o manual completo aqui

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Beijo gay em novela revela olhar enviesado sobre limites na TV https://close.blogfolha.uol.com.br/2018/05/10/beijo-gay-em-novela-revela-otica-enviesada-sobre-limites-na-tv/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2018/05/10/beijo-gay-em-novela-revela-otica-enviesada-sobre-limites-na-tv/#respond Thu, 10 May 2018 20:15:27 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/beijo-gay-320x213.png http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=139 Beijos gay em novelas não deveriam ser comemorados. Pelo menos não aqueles encenados nos folhetins brasileiros.

É que selinhos longos como os de Cido (Rafael Zulu) e Samuel (Eriberto Leão), em “O Outro Lado do Paraíso” (2018), e de Félix (Matheus Solano) e Niko (Thiago Fragoso), de “Amor à Vida” (2013), ambas novelas da Globo, forão exibidos seguindo o olhar enviesado sobre os limites do aceitável para a audiência.

Na maioria dos casos, beijos entre homens ocorrem nos últimos capítulos, como clímax de histórias coadjuvantes nos meses de exibição, a exemplo da trama das 21h, e, invariavelmente, são tímidos, recatados e sem nenhum compromisso com o realismo.

O ganho para a teledramaturgia não foi, até agora, nada mais do que enfiar LGBTs na caixa de pessoas diferentes e exóticas, reproduzidos há décadas por programas de humor com o objetivo de provocar risos, não afrontar a família brasileira e produzir bordões.

Partir do pressuposto de que um simples beijo gay é algo tão sério que deve ser tratado à meia luz, em segundos ínfimos e com uma câmera de suporte atrás dos personagens para o caso de mudanças de última hora é dar aval ao conceito mais podre da homofobia de que gay bom não se expõe ou só serve para fazer os outros rirem.

Impossível não lembrar do selinho entre Júnior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro), em “América” (2005), gravado e vetado na edição que foi ao ar.

Duas exceções à regra revelaram tanto o preconceito do brasileiro quanto as consequências em casos de rejeição do público.

O beijo de Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg) no início de “Babilônia” (2016) foi ponto fora da curva na história da televisão, mas a gritaria de uma parcela odiosa do público foi tão grande que a Globo diminuiu a participação do casal de longa data na trama. Boicotes promovidos por “haters” da internet colaboraram para o caos nas redes sociais.

A supersérie “Liberdade, Liberdade” (2016) foi além do beijo e colocou André (Caio Blat) e Tolentino (Ricardo Pereira) em uma cama, nus e aos beijos, na cena de amor homossexual mais ousada exibida em TV aberta no país.

Não houve nenhum close errado ou além dos usados nas cenas de sexo heterossexual do horário nobre da emissora. As diferenças do ato, no entanto, começam pelo horário que lhe coube, no final da trama das 23h, e o contexto, no qual Tolentino está ligeiramente bêbado.

Também não teve final feliz para o casal. André teve o mesmo destino trágico de Rafaela (Christiane Torloni) e Leila (Silvia Pfeifer), mortas na explosão do shopping de “Torre de Babel” (1998): foi enforcado, por “sodomia”, a mando do próprio amante.

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Em ‘ano temeroso’, Parada do Orgulho LGBT de SP pedirá voto consciente https://close.blogfolha.uol.com.br/2018/04/02/em-ano-temeroso-parada-do-orgulho-lgbt-de-sp-pedira-voto-consciente/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2018/04/02/em-ano-temeroso-parada-do-orgulho-lgbt-de-sp-pedira-voto-consciente/#respond Mon, 02 Apr 2018 21:10:27 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/paradasp-320x213.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=129 A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, uma das maiores do mundo em público, repetirá neste ano o mote de 2010, quando levantou a bandeira do voto por igualdade de direitos. O tema da manifestação, que ocorre em 3 de junho, na av. Paulista, será “Poder para LBTI+: nosso voto, nossa voz”, um pedido para a população escolher candidatos com propostas que incluam a diversidade.

Pelo fato de problemas históricos enfrentados pela comunidade, como discriminação, crimes de ódio e falta de representatividade no poder público, não terem sofrido mudanças significativas na última década, a organização da Parada decidiu voltar à discussão em um “ano temeroso”, segundo definiu um dos sócios-fundadores do evento, Nelson Pereira, citando as eleições de outubro para presidente, deputados e senadores.

“Precisamos entender que, sem representatividade no congresso e na presidência, não conseguiremos formular políticas públicas. Vemos ações bem articuladas de bancadas conservadoras por natureza, por que não temos uma que defenda nossos direitos?”, questiona Pereira.

Ele cita as bancadas evangélica e “da bala”, essa formada por parlamentares a favor de acesso mais abrangente a armas de fogo pela população, como forças políticas atuantes para travar votações e projetos que beneficiam a comunidade LGBT.

“O pior disso é ver homossexuais, uma parcela oprimida da sociedade, apoiando a candidatura desses políticos. É o grande paradoxo LGBT desse nosso tempo, o oprimido defendendo o opressor.”

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), pré-candidato à presidência, seria um exemplo desse “opressor” que, “agora, espertamente, tenta incluir uma parcela de homossexuais brancos e de classe média, que não sofreram discriminação, em seu discurso de campanha”.

Em janeiro, à Folha, o deputado federal e presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), afirmou que Bolsonaro representa “liberdades individuais e livre expressão de ideias”.

“Jamais faríamos como o PT, por exemplo, que apoia Cuba, onde homossexuais iam para o paredão”, disse Bivar na entrevista ao jornalista Marco Rodrigo Almeida.

Dois meses antes da entrevista, em novembro de 2017, Bolsonaro teve confirmada a sentença de um processo por declarações homofóbicas. Ele pagou R$ 150 mil porque, em 2011, no extinto programa “CQC” (TV Bandeirantes), afirmou não se preocupar na possibilidade de ter um filho gay pois seus filhos tiveram uma “boa educação”.

A presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, Claudia Regina Garcia, diz que a Parada sempre foi suprapartidária e não apoiará nenhum candidato. Diz, no entanto, que, “como todos os anos, é comum os trios receberem autoridades políticas”.

Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada no Rio de Janeiro no dia 14 deste mês, será lembrada no discurso de Claudia, “tanto por identificação pessoal”, diz ela, “porque assim como eu era negra e lésbica”, quanto por sua pauta em favor dos direitos humanos. A organização espera que outras entidades e associações presentes nos trios homenageiem a vereadora.

A Parada do Orgulho é um dos eventos oficiais da cidade com maior potencial econômico. A prefeitura estima que 20% do público venha de fora da cidade e que movimentem R$ 45 milhões durante a festa.

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Casa 1 lança vaquinha virtual para ajudar moradores de rua no Natal https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/12/05/casa-1-lanca-vaquinha-virtual-para-ajudar-moradores-de-rua-no-natal/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/12/05/casa-1-lanca-vaquinha-virtual-para-ajudar-moradores-de-rua-no-natal/#respond Tue, 05 Dec 2017 22:09:37 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/BHi_j0183-e1512511964462-180x122.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=117 Centro cultural e de acolhida a jovens LGBT, a Casa 1 lançou uma campanha para arrecadar kits de Natal para moradores de rua. Os organizadores esperam arrecadar o suficiente para ajudar as cerca de 400 pessoas (em torno de 300 cisgênero e 100 trans) que passam todo mês pelos endereços paulistanos, ambos na Bela Vista.

Serão distribuídos, em cada pacote, uma muda de roupa, calçados, itens de higiene pessoal e maquiagem ou perfume para homens, mulheres e pessoas não binárias.

A campanha, lançada em 1º de dezembro, vai até o próximo dia 20 e totaliza R$ 71.232, que os organizadores esperam arrecadar via plataforma Benfeitoria (R$ 60 mil destinados aos kits, e o restante ligado a taxas da plataforma e transferências bancárias).

Para ajudar, o interessado pode acessar a vaquinha aqui.

Na foto acima, Anne Batista (esq), Bruno, Paolo Capistrano e Iran Giusti, coordenadores da Casa 1 (Créditos: Zanone Fraissat/ Folhapress)

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Primeira liga gay de futebol faz campeonato no Rio https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/11/10/primeira-liga-gay-de-futebol-faz-campeonato-no-rio/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/11/10/primeira-liga-gay-de-futebol-faz-campeonato-no-rio/#respond Fri, 10 Nov 2017 17:07:52 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/IMG-20171108-WA0006-180x120.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=102 Como de dessem um golpe no preconceito em um dos esportes mais homofóbicos do mundo, a primeira liga de futebol society LGBTQ do país entrará em campo pela segunda vez. Acontecerá no Rio de Janeiro, no dia 25 de novemebro, a 1ª Champions Ligay, torneio criado por um grupo de amigos “cansados de ter de explicar que gays também podem jogar futebol”, segundo disse ao blog um dos fundadores do Unicorns Brazil (SP), Filipe Marquezin.

Desde a versão piloto do campeonato, em julho, que recebeu o nome de Taça Hornet da Diversidade e foi patrocinada pelo aplicativo de encontros que dá nome ao prêmio, o número de seleções inscritas no torneio mais que dobrou. Outros cinco times já confirmaram presença na edição de abril, quando está marcado o segundo campeonato, em Porto Alegre (RS).

“O interesse por futebol cresceu bastante entre os gays depois do primeiro campeonato. Nossa ideia sempre foi reunir os amigos, mas entendemos que combatemos o preconceito quando desmistificamos a ideia de que o esporte [futebol] é coisa de machão”, diz Marquezin.

Além do Unicorns Brazil, entrarão em campo os times Alligaytorns (RJ), CapiVaras (PR), Bharbixas (MG), Sereyos (SC), Magia FC (RS), Futeboys FC (SP), Bravus (DF) e o anfitrião BeesCats Soccer Boys (RJ).

Sem grandes patrocinadores, os integrantes da Ligay se reúnem como e quando podem. Para o campeonato do dia 25, o Grupo Águia, que cuida da operação da CBF, intermediou as negociações para baratear custos de hospedagem e transporte das equipes, que estarão concentradas em um hotel de Ipanema, na zona sul carioca.

Os organizadores esperam que 400 jogadores ocupem o Rio Sport, na Barra da Tijuca, entre as 13h e 19h. Após os jogos, na festa de encerramento, outras 400 devem assistir ao show de ritmos pop do Candybloco. No evento haverá um estande da grife de cosméticos Granado onde garotos poderão, gratuitamente, fazer a barba. Até o domingo (12), os ingressos do primeiro lote do campeonato custam R$ 30 no site da Sympla.

Não há “dress code” obrigatório, mas a liga sugere que todos vistam uma roupa de jogador porque “mais de 90% da festa estará de meião e chuteira”.

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Aos 25, Festival Mix Brasil resiste em meio a escalada homofóbica e terá programação gratuita https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/11/01/aos-25-festival-mix-brasil-resiste-em-meio-a-escalada-homofobica-e-tera-programacao-gratuita/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/11/01/aos-25-festival-mix-brasil-resiste-em-meio-a-escalada-homofobica-e-tera-programacao-gratuita/#respond Wed, 01 Nov 2017 21:30:24 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/Me-Chame-Pelo-Seu-Nome-180x101.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=90 Por Guilherme Genestreti e Pedro Diniz

Em um ano de ataques à liberdade de expressão e de uma escalada homofóbica que associa homossexualidade à pedofilia, o Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade versará sobre resistência.

Tanto a resistência do evento, que comemora 25 anos com programação inteiramente gratuita, quanto a de membros da comunidade LGBTQ com histórico de luta por cidadania e equanimidade de direitos. Ao todo, 167 filmes serão exibidos entre 15 e 26 de novembro, nesta que é a maior edição do Mix.

O primeiro prêmio especial será dado ao cineasta americano Gus Van Sant, que além de vir ao país para a entrega da homenagem ganhará retrospectiva de sua filmografia. Serão exibidos títulos como a sua estreia, “Mala Noche” (1986), filme em preto e branco sobre o envolvimento de um americano com um jovem e ilegal imigrante mexicano, e o hoje clássico “Garotos de Programa” (1991), “road movie” que tem Keanu Reeves e River Phoenix no papel de dois prostitutos.

Entre os títulos brasileiros já confirmados estão “A Moça do Calendário”, de Helena Ignez, um elogio às utopias, inclusive a sexual. Já a escalação internacional inclui títulos como “Tom of Finland”, sobre o notório ativista homoerótico finlandês, e ‘God’s Own Country”, obra sobre o envolvimento de dois jovens pastores no interior do país.

A abertura do evento se dará com a exibição de “Me Chame pelo Seu Nome”, filme do italiano Luca Guadagnino que é um dos grandes cotados ao Oscar. Na obra, um pesquisador americano (Armie Hammer) se envolve com um adolescente europeu (Thimothée Chalamet), filho do casal que o recebe na Itália.

Já “Thelma”, de Joachim Trier, aborda a história de um romance lésbico contada sob chave fantástica.

À extensa programação de filmes espalhada por salas do Espaço Itaú Augusta, CineSesc e Centro Cultural São Paulo, será incluída uma outra de shows, marcados para acontecer no Auditório do Ibirapuera, e peças de teatro.

Quem abre a programação musical é a cantora “Liniker e os Caramelows”, e a de teatro, o monólogo “Processo de Conscerto do Desejo”, dirigido e protagonizado pelo ator Matheus Nachtergaele.

Após debate com patrocinadores, foi mantida a programação de filmes educativos da mostra “Crescendo com a Diversidade”, voltado para crianças e que tem classificação etária livre.

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Hollywood se rende aos ‘twinks’, os galãs magrelos https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/07/26/hollywood-se-rende-aos-twinks-os-galas-magrelos/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/07/26/hollywood-se-rende-aos-twinks-os-galas-magrelos/#respond Wed, 26 Jul 2017 14:00:12 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2017/07/holl-180x125.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=78 Num mundinho tão afeito a tribos e fetiches como o universo gay, ser “twink” é um bônus. O termo em inglês designa homens magrelos, em geral com aspecto de mais novos –aqueles caras com jeito de menino que estão por aí na balada, nos aplicativos de pegação e, muito de vez em quando, na academia.

Velhos conhecidos dos gays, os “twinks” não tinham vez fora do gueto. Ao menos, não em Hollywood, que desde os filmes de ação dos anos 1980 acostumou o público a relacionar seus heróis masculinos a brutamontes musculosos.

Mas pare para observar os atuais blockbusters em cartaz ou que estrearão em breve: o novo “Homem-Aranha”, “Em Ritmo de Fuga” e “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” são filmes protagonizados por atores que se encaixam no rótulo de “twink”. Mesmo filmes autorais, como “Moonlight” e “Call me By Your Name”, também têm os seus representantes nessa turma que não está nem aí para o crossfit.

Quem notou essa nova safra de galãs magrelos foi o americano Kyle Buchanan, que escreve sobre cinema no Vulture, o melhor site de cultura pop hoje.

Começamos com o imberbe Tom Holland, o novo Homem-Aranha. Esse inglês de 21 anos é o terceiro ator a vestir o manto vermelho do super-herói da Marvel nos últimos 15 anos. Ainda que o britânico ostente uma barriga tanquinho –fruto de horas de treino como bailarino–, seu “shape” é muito mais modesto do que o que Tobey Maguire foi obrigado a adotar para interpretar o aracnídeo em 2002.

Na quinta (27) estreia “Em Ritmo de Fuga”, novo filme de ação que tem o garotão Ansel Elgort no papel principal, um sujeito que dirige carros para bandidos. Aos 23, esse nova-iorquino de 1,91 m de altura é conhecido por quem já viu o dramalhão “A Culpa É das Estrelas” e a saga de distopia teen “Divergente”. Em fotos sem camisa que Elgort exibe no seu perfil no Instagram, pouco se nota de preocupação com músculos.

“Valerian”, novo filme de Luc Besson, estreia no próximo dia 10 e traz no papel-título o americano Dane DeHaan, que aos 31 anos de idade certamente poderia se fazer passar por alguém 10 anos mais novo. O próprio Buchanan, que levantou a bola para os “twinks” em seu artigo, nota que o Valerian dos quadrinhos era um herói tradicional, daqueles grandalhões, mas que DeHaan pode traz uma lufada mais pueril ao personagem.

Há também espaço para os magrelos no circuito indie. E aqui falamos de atores que são “twinks” e interpretam personagens gays. Em “Moonlight”, vencedor do Oscar de melhor filme, o californiano Ashton Sanders, 21, faz o papel do protagonista, Chiron, em sua fase adolescente; a sua magreza ressalta a aparência indefesa. As costelas salientes do ator não o impediram de posar só de cueca para uma campanha publicitária da Calvin Klein.

Outro achado do circuito autoral e forte candidato ao título de melhor filme gay do ano é “Call me By Your Name”, que deve chegar aos cinemas brasileiros no segundo semestre. O diretor italiano Luca Guadagnino escalou o esguio Timothée Chalamet, 21, para o papel principal, o de um garoto de 17 anos que se apaixona por um pesquisador americano mais velho, hóspede na casa de seus pais, na Itália. Banhado pelo sol do verão mediterrâneo, o jovem ator exibe sua barriga quase negativa.

Holland, Elgort, DeHaan, Sanders e Chalamet abrem uma frestinha numa Hollywood que ainda é povoada por Dwayne Johnson, Chris Pratt, Zac Efron e outros incontáveis brutamontes. No Brasil, transformaram o magrelo Chay Suede num galã musculoso, mas ainda há um Jesuíta Barbosa para fazer número pelos “twinks”.

Os magrelos agradecem.

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Fim da boate Alôca sepulta uma era de ativismo gay https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/07/09/fim-da-boate-aloca-sepulta-uma-era-de-ativismo-gay/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/07/09/fim-da-boate-aloca-sepulta-uma-era-de-ativismo-gay/#respond Sun, 09 Jul 2017 22:50:59 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2017/07/aloca-180x120.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=63 Por Silas Martí

Este domingo amanheceu sem Alôca. Uma ação da prefeitura, afirmando que a casa não respeitava leis de silêncio urbano, emparedou as portas do sobrado na rua Frei Caneca onde funcionou a mais tradicional balada gay de São Paulo. Mais do que uma boate, Alôca, que durou mais de duas décadas ali, foi um reduto de resistência, um dos espaços mais democráticos da noite paulistana e palco de ativismo político, aventuras sexuais e muita música.

Todo gay paulistano ou que já esteve em São Paulo suou, dançou e talvez transou lá dentro, entre paredes de fibra de vidro que simulam uma caverna. Joia encardida do centro, Alôca teve seus altos e baixos e parece agora encerrar sua história por decisão do poder público. Desde que André Pomba, mítico DJ que comandava as noites de domingo do clube, deixou de tocar por ali, a casa parecia estar entrando em decadência, mas não deixa de perder seu simbolismo.

É triste que depois de resistir a épocas de verdadeira perseguição à noite por administrações mais míopes do que a atual, Alôca saia de cena. Sucumbe em meio a acusações e desavenças. Mas São Paulo e a cultura gay paulistana perdem mais do que uma balada. O que está em jogo, caso os proprietários da casa não consigam reverter a decisão da prefeitura, é a dissolução de um ícone, encerrando talvez uma era de ativismo gay na maior cidade da América do Sul.

Numa metrópole em que a noite se redesenha a cada instante com modas passageiras, era um consolo saber que Alôca, aquele lugar onde tantos entre nós saíram do armário, estaria sempre ali, um buraco para mais aventuras, bebidas duvidosas e uma pista de dança em ebulição. Muitos clubes históricos da cidade abriram e fecharam as portas enquanto Alôca sempre esteve firme no mesmo lugar, uma espécie de âncora de todas as tribos da noite com inclinações hedonistas.

Essa gruta estranha sempre será lembrada, talvez fetichizada, por sua sujeira, uma espécie de caos primordial onde identidades nunca foram estanques. Lá dentro, bêbados e drogados ou não, todos podiam ser tudo. Lembro sempre os garotos mais novos, os que entravam com RGs falsos para dar beijos triplos e afins, e também a turma mais velha que não assumia sua sexualidade em público e encontrava ali uma arena livre, sem julgamentos nem limites.

Livros já foram escritos sobre Alôca e testemunhos nostálgicos não vão faltar neste momento. Mas ela acabar da forma como parece ter acabado, sem ao menos uma despedida, é fechar um capítulo da história da noite paulistana sem consideração com os milhares de gays que tinham ali um reduto de expressão. São Paulo sempre foi uma cidade violenta, não só na selvageria das ruas, mas também na forma como trata sua história. Este é mais um exemplo de um ato de violência, praticado contra uma população que ainda vai à luta todos os dias para sobreviver, tantas bichas e viados que ali se orgulharam de ser bichas e viados, mas ainda podem apanhar por isso na selva de pedra de verdade lá fora.

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