Close https://close.blogfolha.uol.com.br O mundo gay visto de perto Thu, 02 Aug 2018 20:15:22 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Primeira liga gay de futebol faz campeonato no Rio https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/11/10/primeira-liga-gay-de-futebol-faz-campeonato-no-rio/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/11/10/primeira-liga-gay-de-futebol-faz-campeonato-no-rio/#respond Fri, 10 Nov 2017 17:07:52 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2017/11/IMG-20171108-WA0006-180x120.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=102 Como de dessem um golpe no preconceito em um dos esportes mais homofóbicos do mundo, a primeira liga de futebol society LGBTQ do país entrará em campo pela segunda vez. Acontecerá no Rio de Janeiro, no dia 25 de novemebro, a 1ª Champions Ligay, torneio criado por um grupo de amigos “cansados de ter de explicar que gays também podem jogar futebol”, segundo disse ao blog um dos fundadores do Unicorns Brazil (SP), Filipe Marquezin.

Desde a versão piloto do campeonato, em julho, que recebeu o nome de Taça Hornet da Diversidade e foi patrocinada pelo aplicativo de encontros que dá nome ao prêmio, o número de seleções inscritas no torneio mais que dobrou. Outros cinco times já confirmaram presença na edição de abril, quando está marcado o segundo campeonato, em Porto Alegre (RS).

“O interesse por futebol cresceu bastante entre os gays depois do primeiro campeonato. Nossa ideia sempre foi reunir os amigos, mas entendemos que combatemos o preconceito quando desmistificamos a ideia de que o esporte [futebol] é coisa de machão”, diz Marquezin.

Além do Unicorns Brazil, entrarão em campo os times Alligaytorns (RJ), CapiVaras (PR), Bharbixas (MG), Sereyos (SC), Magia FC (RS), Futeboys FC (SP), Bravus (DF) e o anfitrião BeesCats Soccer Boys (RJ).

Sem grandes patrocinadores, os integrantes da Ligay se reúnem como e quando podem. Para o campeonato do dia 25, o Grupo Águia, que cuida da operação da CBF, intermediou as negociações para baratear custos de hospedagem e transporte das equipes, que estarão concentradas em um hotel de Ipanema, na zona sul carioca.

Os organizadores esperam que 400 jogadores ocupem o Rio Sport, na Barra da Tijuca, entre as 13h e 19h. Após os jogos, na festa de encerramento, outras 400 devem assistir ao show de ritmos pop do Candybloco. No evento haverá um estande da grife de cosméticos Granado onde garotos poderão, gratuitamente, fazer a barba. Até o domingo (12), os ingressos do primeiro lote do campeonato custam R$ 30 no site da Sympla.

Não há “dress code” obrigatório, mas a liga sugere que todos vistam uma roupa de jogador porque “mais de 90% da festa estará de meião e chuteira”.

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Fim da boate Alôca sepulta uma era de ativismo gay https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/07/09/fim-da-boate-aloca-sepulta-uma-era-de-ativismo-gay/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/07/09/fim-da-boate-aloca-sepulta-uma-era-de-ativismo-gay/#respond Sun, 09 Jul 2017 22:50:59 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2017/07/aloca-180x120.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=63 Por Silas Martí

Este domingo amanheceu sem Alôca. Uma ação da prefeitura, afirmando que a casa não respeitava leis de silêncio urbano, emparedou as portas do sobrado na rua Frei Caneca onde funcionou a mais tradicional balada gay de São Paulo. Mais do que uma boate, Alôca, que durou mais de duas décadas ali, foi um reduto de resistência, um dos espaços mais democráticos da noite paulistana e palco de ativismo político, aventuras sexuais e muita música.

Todo gay paulistano ou que já esteve em São Paulo suou, dançou e talvez transou lá dentro, entre paredes de fibra de vidro que simulam uma caverna. Joia encardida do centro, Alôca teve seus altos e baixos e parece agora encerrar sua história por decisão do poder público. Desde que André Pomba, mítico DJ que comandava as noites de domingo do clube, deixou de tocar por ali, a casa parecia estar entrando em decadência, mas não deixa de perder seu simbolismo.

É triste que depois de resistir a épocas de verdadeira perseguição à noite por administrações mais míopes do que a atual, Alôca saia de cena. Sucumbe em meio a acusações e desavenças. Mas São Paulo e a cultura gay paulistana perdem mais do que uma balada. O que está em jogo, caso os proprietários da casa não consigam reverter a decisão da prefeitura, é a dissolução de um ícone, encerrando talvez uma era de ativismo gay na maior cidade da América do Sul.

Numa metrópole em que a noite se redesenha a cada instante com modas passageiras, era um consolo saber que Alôca, aquele lugar onde tantos entre nós saíram do armário, estaria sempre ali, um buraco para mais aventuras, bebidas duvidosas e uma pista de dança em ebulição. Muitos clubes históricos da cidade abriram e fecharam as portas enquanto Alôca sempre esteve firme no mesmo lugar, uma espécie de âncora de todas as tribos da noite com inclinações hedonistas.

Essa gruta estranha sempre será lembrada, talvez fetichizada, por sua sujeira, uma espécie de caos primordial onde identidades nunca foram estanques. Lá dentro, bêbados e drogados ou não, todos podiam ser tudo. Lembro sempre os garotos mais novos, os que entravam com RGs falsos para dar beijos triplos e afins, e também a turma mais velha que não assumia sua sexualidade em público e encontrava ali uma arena livre, sem julgamentos nem limites.

Livros já foram escritos sobre Alôca e testemunhos nostálgicos não vão faltar neste momento. Mas ela acabar da forma como parece ter acabado, sem ao menos uma despedida, é fechar um capítulo da história da noite paulistana sem consideração com os milhares de gays que tinham ali um reduto de expressão. São Paulo sempre foi uma cidade violenta, não só na selvageria das ruas, mas também na forma como trata sua história. Este é mais um exemplo de um ato de violência, praticado contra uma população que ainda vai à luta todos os dias para sobreviver, tantas bichas e viados que ali se orgulharam de ser bichas e viados, mas ainda podem apanhar por isso na selva de pedra de verdade lá fora.

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Por que precisamos ser mais LGBTQ https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/06/18/por-que-precisamos-ser-mais-lgbtq/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/06/18/por-que-precisamos-ser-mais-lgbtq/#comments Sun, 18 Jun 2017 05:10:58 +0000 https://close.blogfolha.uol.com.br/files/2017/06/abre_close1-180x162.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=23 Por Guilherme Genestreti, Pedro Diniz e Silas Marti

Há quem diga que os 19 trios elétricos e os milhões de convidados da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que acontece neste domingo (18), transformaram o evento numa grande micareta. Também há quem acredite que os tempos mudaram e que, por isso, eventos assim são mais um custo desnecessário e passível de corte –a falta de verba para a parada do Rio sob a gestão do prefeito Marcelo Crivella (PRB-RJ) é bom exemplo desse conceito.

A verdade, haja vista o noticiário político, econômico e, principalmente, policial, é que nunca foi tão urgente dar visibilidade e voz para questões da diversidade sexual.

A recente mobilização da comunidade LGBTQ*, que só há 48 anos saiu do armário para o mundo, durante as manifestações de Stonewall, em Nova York, promoveu tantas conquistas quanto uma escalada da homofobia. O Brasil, por exemplo, com a fama de bom anfitrião e cartão-postal da alegria, responde com tiros, pauladas e lâmpadas quem pensa e age diferente de um ideal heteronormativo.

Só no ano passado, estima-se que 343 homossexuais tenham sido assassinados no país vítimas de um preconceito que talvez sempre tenha existido, mas agora tem nome próprio e certidão de óbito registrada.

Direitos conquistados recentemente como a união civil entre pessoas do mesmo sexo e o uso do nome social para servidores públicos transgêneros, travestis e transexuais, são eclipsados por uma agenda conservadora desenhada em um congresso que discute a “cura gay” enquanto engaveta projeto de criminalização da homofobia, mal enraizado em uma sociedade claramente machista e patriarcal como a brasileira.

Os ganhos dessa mobilização mundial são postos em xeque a cada emprego negado a transexuais, grupo mais vulnerável do arco-íris, a cada homossexual posto para fora de casa ou do convívio escolar por represálias justificadas com passagens bíblicas descontextualizadas, ignorância e medo.

E tudo indica que no ano que vem a causa LGBTQ será assunto central nas eleições presidenciais com a provável candidatura de um nome como o de Jair Bolsonaro (PSC-RJ), notório opositor às demandas dessa população.

Paradas como a que acontece neste domingo em São Paulo também ajudam a quebrar preconceito dentro do próprio guarda-chuva de letrinhas que compõem o nosso universo. Elas são, afinal, provavelmente a única oportunidade de reunião entre gays e lésbicas, cisgêneros e transgêneros, bissexuais e heterossexuais… –enfim, grupos tão diferentes e que no resto do ano estão fechados em seus guetos tradicionais.

É claro que se dança, que se flerta e que se celebra além da conta do que seria tido como adequado na visão de quem defende o caráter eminentemente político das paradas. Mas o fervo, é bom que se diga, é também um manifesto político: em décadas de homofobia institucionalizada foram as boates os templos sagrados da nossa causa.

E é pelo medo, os próprios e os dos outros, que se marcha, se grita e, que bom, se dança tanto. 

Boa parada!

*LGBTQ é a sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Trangêneros e “Queer”

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Folha estreia novo blog sobre comunidade LGBTQ https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/06/18/folha-estreia-novo-blog-sobre-comunidade-lgbtq/ https://close.blogfolha.uol.com.br/2017/06/18/folha-estreia-novo-blog-sobre-comunidade-lgbtq/#comments Sun, 18 Jun 2017 05:00:42 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://close.blogfolha.uol.com.br/?p=33 A Folha estreia neste domingo (18), no Mês do Orgulho Gay, o blog “Close”, destinado a noticiar e analisar assuntos relacionados à comunidade LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e Queer). O espaço será editado pelos jornalistas Guilherme Genestreti, Pedro Diniz e Silas Martí, especializados na cobertura cultural do jornal.

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